segunda-feira, abril 17, 2006

Substituições

A matéria em título tem suscitado grande polémica e instabilidade nas escolas, particularmente em relação à classe docente e aos alunos.
Os professores manifestam grande insatisfação que, inevitavelmente, afecta o seu rendimento, com prejuízos significativos para o processo ensino-aprendizagem.
Os alunos, quando não são informados explicitamente (e nem sempre da melhor forma) pelos professores, apercebem-se, mesmo assim, da instabilidade que se tem vivido, motivando insatisfação e, por vezes, indisciplina!
Parece-me que, agora, passada a grande reacção inicial, caracterizada por reacções mais ou menos "violentas" e de grande emotividade, poderão estar criadas condições para, com racionalidade, emitirmos opiniões mais serenas e ponderadas.
Parece-me que a reacção, hoje, será muito mais em relação à estratégia utilizada do que propriamente em relação à medida em si, que, não sendo consensual na classe docente, parece-me obter já algumas simpatias.
Em sede da estratégia, o governo, acredito que sem intenção, lança a medida de modo apressado, com discurso em grande parte suportado, desnecessariamente, no corporativismo e laxismo dos professores; alterando primeiro o Estatuto da Carreira Docente (evitando o benefício do infractor), dando maior prazo para a implementação da medida e fazendo-o com os professores, poderia obter mais resultados.
A escola, agora, por esta via, com a sua autonomia pedagógica significativamente incrementada, poderia ter forçado um prazo maior e suficiente para organizar uma utilização dos recursos humanos docentes adequada e prestigiante da classe docente, e verdadeiramente útil para os alunos, revertendo a medida a seu favor.
As escolas, hoje mais do que nunca, começam a fazer diferença!
Gostava que a minha fosse melhor!
Estou convicto que, de forma diferente e adaptada ao local, a escola, com os seus docentes, poderá e deverá ser melhor.

10 comentários:

subROSA disse...

Caro colega, saudações pedagógicas.
Certamente devido à intensidade colocada na defesa da medida ministerial, certo de que sem intencionalidade, produziu o colega, um erro ortográfico no sexto parágrafo, primeira linha deste seu contributo para o debate: «Em sede da estratégia, o governo, acredito que sem intensão, lança a medida de modo apressado,...»
Assim sendo, aproveito a oportunidade para recomendar que, em próximo momento em que o seu precioso tempo não lectivo não seja ocupado no desenvolvimento de trabalho de substituição de um qualquer colega, mais do que discorrer sobre o corporativismo e laxismo docente, aproveite no desenvolvimento de actividade de correcção ortográfica.

J M Gomes Evangelista disse...

Embora lamentando a forma agressiva como o fez, agradeço o seu "reparo ortográfico"! É coisa que detesto, não me costuma acontecer, mas, desta vez, calhou-me a mim!
Sobre o tema, percebeu, certamente (ou não!?), que "o corporativismo e laxismo docente" se referem à maneira desapropriada como o Governo abordou esta matéria (ou à maneira como o assunto passou para a comunicação social), e não é uma
apreciação minha à classe docente.
Lamento também que, quanto à matéria em si, a colega tenha dito nada!

subROSA disse...

Caro colega... Quanto à agressividade identificada, lamento desiludi-lo, mas, efectivamente, não foi essa a minha intenção. Não nos conhecemos o suficiente para brindá-lo com tal postura. Digamos que no meu comentário será possível identificar a agressividade que cada um desejar... Será mais uma questão de quem lê do que propriamente de quem escreveu.
Permita-me contrariá-lo, embora registe como positivo o facto agora afirmar, de forma clara, referir-se à postura discursiva governamental e não à sua leitura, mas, efectivamente, a forma como se expressa quando se refere ao "corporativismo” e ao “laxismo” docente deixa perceber, tal como nas palavras dos responsáveis governamentais, a perigosa generalização. É tempo, no meu entendimento, de cada um de nós, independentemente da responsabilidade que tenhamos no quadro nacional, assumir, no exercício de boa postura cidadã, a clarificação das afirmações e a identificação clara e objectiva daqueles a quem nos referimos, seja na crítica negativa, seja na referência positiva. È por isso que sempre esperei, com ansiedade, a adopção de um mecanismo de avaliação de desempenho que permitisse, independentemente da polémica que a sua implementação origine, a qualquer responsável governamental, ou outro, falar sobre os desempenhos profissionais sem as perigosas generalizações, absolutamente positivas ou absolutamente negativas.
Sobre a medida que tanto o inspira, e aceita desde já que também eu entendo que o “desvio ortográfico” lhe foi absolutamente ocasional e incómodo, registe, o colega, que não me causa reacção qualquer medida que aponte para que os docentes estejam mais tempo intervindo presencialmente no seu espaço educativo. O que me faz reagir é o facto de, num exercício de mágica semântica, o governo procure “poupar uns cobres” ofendendo claramente a letra do ECD. Trata-se de um expediente… É pena que assim seja!...
Aguarda, o colega, o próximo Estatuto… Não querendo alarmá-lo, tanto quanto sei, e hoje alguma informação tem circulado nos órgãos de comunicação, oficiais e oficiosos, as notícias não são boas… Comentaremos depois, se assim o colega achar por bem… Saudações!...

subROSA disse...

Vê como a simpatia cai sempre bem!... Numa atitude solidária, "resolvi" colocar um acento grave onde deveria estar um agudo... rssssssssssssssssssssss...

J M Gomes Evangelista disse...

Cara colega, agradeço o seu bom comentário a esta matéria.
Como se percebe, tenho afinidades políticas com o actual governo, o que não quer dizer que concorde e apoie, cegamente, tudo o que diz e decide.
Por exemplo, sendo das poucas decisões que não me afecta, o congelamento da progressão na carreira é uma das que discordo frontalmente, até porque a progressão na carreira docente não é automática!
Também discordo frontalmente com generalizações: profissionais mais ou menos laxistas e/ou corporativistas encontramos em todas as classes.
Como também se percebe, as aulas de substituição, tal como estão a acontecer (pelo menos nos casos que conheço), estão longe de ter o meu acordo, esperando, por exemplo, que, no próximo ano lectivo, se esclareça claramente o que cada um entende por "actividade lectiva" e "aula de substituição"!
Sobre o estatuto, vamos aguardar.
E assim vamos esclarecendo e afinando o que cada um pensa sobre estas coisas.
Saudações pedagógicas e bom trabalho!

subROSA disse...

Boa dia, caro colega... O Projecto de Revisão do ECD, do Regime de Administração e Gestão das Escolas e da Formação Contínua está aí, em um qualquer sítio sindical. São 55 páginas de puro prazer... Boa leitura...

J M Gomes Evangelista disse...

Que pena... teve nova recaída!
Definitivamente, esse não é o meu estilo de comentário, cara colega subrosa.
Boas leituras.

subROSA disse...

Lamento, então, a desilusão que lhe causo... Digamos que se desilude com facilidade. Qualquer pequena contrariedade e já fica triste. :-)Engraçado,... a mim, o confronto com a distinta opinião sempre me entusiasma...
Confesso e insisto que a leitura da proposta me deu algum prazer. Repare o colega,... agora, pelo menos do meu ponto de vista, já não restarão muitas dúvidas sobre aquilo que nos espera. É, por assim dizer, uma clarificação de posição sobre o que a tutela pensa e quer da profissão docente. Recebo com prazer essa clarificação... Fica mais fácil tomar posição. Quanto ao estilo de comentário... fica a curiosidade... sobre o estilo que o colega adoptará no debate do conteúdo. Estou disponível para o fazer ponto por ponto... Saudações...

J M Gomes Evangelista disse...

Vou também desiludi-la: é que com anónimos não tenho hábito de debater seja o que for! Não vai, assim, poder satisfazer a sua grande curiosidade!

subROSA disse...

Percebo!... Uma saída conveniente. Talvez, então, quando o colega dominar melhor as dinâmicas dos blogues. Votos de bom sucesso profissional.