segunda-feira, março 17, 2008

A Avaliação do Desempenho e a Autonomia

No mesmo sentido em que foi tomada a decisão de flexibilizar os prazos intermédios previstos no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, o Ministério da Educação e o Conselho de Escolas acordaram os seguintes princípios:

"1. A Avaliação não foi suspensa, não foi adiada e não será experimentada. As escolas já iniciaram o trabalho, que deve prosseguir sem nenhum abrandamento ou suspensão, devendo-se tirar partido das “boas práticas” já em desenvolvimento em muitas escolas.

2. É necessário reconhecer os diferentes ritmos e condições para a concretização da avaliação que as escolas têm, no entanto, a avaliação é, não só um dever, mas também um direito dos professores, que esperam poder progredir na carreira e para tal precisam de ser avaliados.

3. Todos os instrumentos necessários à avaliação serão elaborados e aprovados até ao final do ano lectivo de 2007/08.

4. Para os docentes dos quadros que não estejam em condições de progredir na carreira a avaliação poderá estar concluída até final do ano civil de 2009. Até lá os prazos serão definidos pela escola, que deverá garantir:

a) Recolha de todos os elementos objectivos já existentes, ainda este ano lectivo;

b) Possibilidade de fixação de objectivos apenas para o próximo ano lectivo

5. Para os docentes contratados e docentes em condições de progressão na carreira a avaliação terá que estar concluída até ao final do ano lectivo 2007/08. As escolas podem simplificar e desburocratizar o processo de avaliação que deverá conter, obrigatoriamente:

- ficha de auto-avaliação

- outros elementos da ficha do conselho executivo (assiduidade e outros) passíveis de ser observados/avaliados.

6. Cada escola deve apresentar um Programa de Avaliação com identificação das dificuldades para o cumprimento dos objectivos mínimos que deve ser avaliado e validado pela DGRHE.

7. Em colaboração com os CFAEs, Será alargado o programa de formação em avaliação, já em curso para Conselhos Executivos, de forma a abranger todos os intervenientes na avaliação (conselhos executivos, coordenadores de departamento, comissões de avaliação, professores titulares avaliadores e professores avaliados).

8. Será garantido o acompanhamento do processo de avaliação pelo Conselho Cientifico para a Avaliação de Professores e pelo Conselho de Escolas para eventuais ajustamentos, no final de 2009, nos termos do previsto no Estatuto da Carreira Docente.

9. Será criado um Grupo de Trabalho para reforço das condições de concretização do processo de avaliação nas escolas, nomeadamente as condições relativas a Crédito horário para avaliação no próximo ano lectivo, ao horário (e outras compensações) dos membros dos conselhos executivos e dos professores coordenadores de departamento curriculares, bem como a condições de abertura do próximo concurso para professores titulares professores titulares (no qual poderão ser abrangidos os professores com mais de 18 anos de serviço docente)."

Reforça-se a autonomia das escolas para estabelecer as condições de avaliação, desde que todos os docentes estejam avaliados no final do ano lectivo de 2008/2009.

Não escondo que veria com bons olhos que toda a avaliação do desempenho dos professores se iniciasse a 1 de Setembro de 2008; mas concordo em absoluto com a simplificação e adequação dos processos à realidade de cada escola e parece-me haver razoabilidade das partes e vontade de desbloquear um processo de grande relevância e que tem causado grande instabilidade.

A autonomia pressupõe diversidade. Adoptando-se uma mesma matriz, garante-se equidade. Parece-me, no entanto, que, para garantir essa equidade, seria importante estabelecer um número fixo de itens da ficha do Conselho Executivo, a ser adoptado por todas as escolas.

Do discurso dos sindicatos, percebe-se uma clara preferência por tratar igual o que é diferente! E a autonomia das escolas? Não é valor relevante?! Eles lá sabem porquê!

domingo, março 16, 2008

A Manif

Independentemente do grau de insatisfação (ou satisfação) de cada um, pelas medidas que têm sido adoptadas pelo Ministério da Educação (ME), poder-se-á dizer que será praticamente unânime a opinião de que o ME tem tratado mal os professores.
Injustamente mal tratados, digo eu!
Os professores..., os professores..., e as políticas? Não têm sido, ao longo dos anos, ao longo das legislaturas, responsáveis pelo estado da Educação? Claro que sim!
E os professores e a sua actividade não se desenvolve, enquadrada numa arquitectura legislativa que deverá suportar a política educativa de cada Governo da República? Claro que sim!
E será possível implementar uma política sem ganhar os seus principais actores para ela? Claro que não!
A classe docente tem sido a classe profissional mais atingida na sua dignidade pelo actual Governo! E não havia necessidade! Digo mesmo que se poderia fazer quase tudo o que se tem feito, sem esta postura de agressividade e, ouvindo mais os professores, mesmo sem desvirtuar os princípios orientadores subjacentes aos diversos diplomas, evitar-se-iam erros grosseiros e impossíveis de cometer por quem conhece minimamente o funcionamento da Escola!
Não foi (só) pela a avaliação do desempenho que 100.000 professores estiveram na rua!
Os 100.000 professores estiveram na rua por este "pano de fundo" da política governativa para a educação!
E, contra este "pano de fundo", o Governo mereceu a manif!

sábado, março 15, 2008

LUTO

Tragédia na Escola Secundária Jorge Peixinho!!
Na aula de Educação Física, um aluno sofre morte súbita!!
A escola chama, de imediato, o 112, que tarda a chegar (nestes casos, é sempre tarde)!!
Ligam, depois, directo para os Bombeiros Voluntários de Montijo, que recebe primeiro esta chamada directa que a do INEM!
O INEM confirma à comunicação social que, por excesso de solicitações, demorou 20 minutos a dar sequência ao pedido de socorro!!
A ambulância terá chegado à Escola 30 minutos depois!! Muito tarde!!
Nunca saberemos se, com um socorro mais célere, o jovem teria sido salvo. Provavelmente não.
Mas é muito tempo!! Não pode acontecer!!
Estamos de luto!