Na altura, divulguei o meu Projeto de Intervenção; agora, divulgo o texto do documento apresentado na Escola, como breve reflexão sobre o que aconteceu nos últimos quatro anos:
"“Recuperar o
Prestígio, Melhorar os Resultados” foi o título do Projeto de Intervenção que,
em 2009, apresentei ao então Conselho Geral Provisório e que mereceu a sua
aprovação e confiança. O título explicita os grandes objetivos para o mandato,
reconhecidamente ambiciosos para quatro anos, pelo menos de forma consolidada.
Na partida, não
prevíamos dois contextos que acabaram por condicionar fortemente o desempenho
da Escola: a grave crise financeira, económica e social que atinge a Europa e o
nosso país e as obras de modernização que, desde janeiro de 2011 (mais de
metade do mandato), afetam as condições de funcionamento da organização
escolar.
Para além de
inúmeras atividades pedagógicas e sociais de qualidade, promovidas pelos
departamentos curriculares, grupos de recrutamento e outras estruturas, clubes
e projetos, não poderemos deixar de referir, entre outras:
a.
Em parceria com a Banda Democrática 2 de Janeiro, as comemorações do
Centenário da República, que incluíram um conjunto de conferências promovidas
pelos nossos docentes e que muito prestigiaram a classe docente e a Escola;
b.
Reabertura do Bar dos Professores, numa altura em que se apresentava como
grande anseio e necessidade da comunidade;
c.
Uma ampla rede de aulas de apoio, com grupos reduzidos de alunos;
d.
A disponibilização de todos os recursos (consumíveis e outros) oficinais
e laboratoriais, que foram sendo identificados pelos grupos de recrutamento;
e.
Em parceria com a Câmara Municipal de Montijo, a candidatura ao Programa
Leonardo da Vinci que se constitui como a terceira melhor nacional, permitindo
estágio de alunos, na Roménia;
f.
Implementação de uma Bolsa de Empréstimo de Manuais Escolares;
g.
Realização do seminário “ESJP – Presente e Futuro” e promoção de
realização de formação adequada aos objectivos do Projeto Educativo da Escola,
algumas acreditadas e financiadas pela Escola;
h.
Incremento de parcerias e reuniões com pais e encarregados de educação e
de parcerias e protocolos com instituições;
i.
As cerimónias do Dia do Diploma e do Dia da Escola, com grande qualidade
e participação da comunidade, e que foram momentos que contribuíram fortemente
para a dignificação e o prestígio da Escola;
j.
O desenvolvimento e apresentação da Avaliação Interna, promovida pelo
Gabinete de Avaliação Interna e com a participação ativa de toda a comunidade
educativa;
k.
As atividades da Avaliação Externa, promovida pela Inspeção-Geral de
Educação e Ciência;
l.
Criação e implementação do GIM – Gabinete de Integração e Mediação, visando
a sensibilização e promoção do desenvolvimento de toda a comunidade escolar na
prevenção de atos de indisciplina e do abandono escolar;
m. Criação e
implementação da Oficina de Estudo – aprender com autonomia, para promoção do
sucesso escolar.
Na avaliação
externa a que fomos sujeitos, embora insatisfeitos, conforme, na altura,
referimos e registámos em sede de contraditório, com classificação de Bom nos três domínios, melhorámos os
resultados obtidos em 2007.
Registamos os
resultados muito positivos dos questionários de satisfação, aplicados a alunos,
encarregados de educação, assistentes técnicos e operacionais, técnicos
superiores e docentes e, citando o relatório final desta avaliação externa,
“o estabelecimento de ensino presta um bom
serviço educativo, sobressaindo, por exemplo, o desenvolvimento de práticas de
ensino ativas e experimentais, a contextualização do currículo e o trabalho
colaborativo entre docentes no planeamento das atividades. Identifica-se, na
verdade, uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais globalmente eficazes”, sendo que,
“a direção do estabelecimento de ensino
assume uma liderança dialogante e geradora de consensos, capaz de estabelecer
parcerias fundamentais e de incrementar um sentimento de pertença. Há uma
maioria de pontos fortes nos campos em análise, sobretudo nas práticas de
gestão empreendidas…”.
No que diz respeito
a resultados, e continuando a citar,
“a ação da Escola tem produzido um impacto,
no geral, em linha com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares, ainda que se
verifiquem taxas de sucesso pouco satisfatórias nos cursos de dupla
certificação. Atingem-se bons resultados sociais e o reconhecimento da
comunidade pelo trabalho realizado. Há, de facto, uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, fruto de práticas organizacionais eficazes”.
Pese embora todos
os esforços e projetos encetados, os resultados académicos dos alunos são, de
facto, os que mais nos geram insatisfação. Não serão alheios o contexto social
em que vivemos e a degradação das condições para o exercício da profissão
docente, quer por via de legislação que vem sendo produzida, quer devido às
atuais condições físicas da Escola, mas que não poderá explicar tudo; estou
convicto que, com melhores instalações que se perspetivam, a Escola irá fazer
mais e melhor!
Agradeço ao
Conselho Geral, e em especial à Sra. Presidente Dra. Teresa Mendonça, a
confiança e toda a colaboração e contributo inquestionável e decisivo para
melhorar a escola, com que sempre pudemos contar; órgão de direção estratégica
que sempre respeitámos e a quem, tal como nos comprometemos, com toda a
transparência e disponibilidade, prestámos toda a informação solicitada, por
forma a contribuir para melhor capacitar as suas decisões, monitorização e
avaliação da nossa atividade (de referir que a apresentação de relatórios das
contas de gerência, iniciaram-se no presente mandato);
Ao Conselho
Pedagógico que, ao contrário do que, por vezes, alguns (poucos, muito poucos)
foram referindo, nunca deixou de ter uma abordagem crítica, democrática e
profissional, no debate de todas as matérias, produzindo o que, em cada
momento, foi julgado melhor para a nossa escola.
Agradeço aos meus
colegas de direção, Lurdes Vidó, Luís Dentinho, Maria João Serra, Nuno Martins
e Agostinho Marques, e aos coordenadores de departamento João Ramos, Natália
Romão, Perpétua Porfírio, Sérgio Lima e Virgília Carvalheira, com quem tive a
felicidade de poder partilhar as soluções e as dificuldades, por terem aceite o
desafio, pela lealdade, disponibilidade, competência e profissionalismo que, cada
um no seu grau de envolvimento e nível de intervenção, sempre demonstraram e
puseram ao serviço da Escola;
Aos colegas
professores que, no exercício de outros cargos e na docência, em condições de
dificuldade acrescida, fizeram, por vezes, “omeletes sem ovos”, agradeço o
empenho e o profissionalismo com que, no dia a dia, serviram a Escola e os
nossos alunos; aos técnicos superiores e assistentes técnicos e operacionais,
igualmente o meu agradecimento pelo importante e imprescindível contributo para
a consecução da missão da Escola.
Agradeço à
Associação de Pais e Encarregados de Educação, verdadeiros, úteis e
imprescindíveis parceiros com que sempre pudemos contar; aos pais e
encarregados de educação e a outros parceiros, dos quais destacamos a Câmara
Municipal de Montijo e a Junta de Freguesia de Montijo, sem os quais esta
missão seria bem mais difícil.
Agradeço aos
alunos, que justificam a nossa existência, e que, com o seu empenho, com os
seus resultados, ao longo dos anos, têm construído a imagem e o prestígio da
Escola Secundária Jorge Peixinho.
Mas, porque não
somos todos iguais, não posso deixar de fazer referência e agradecimento especial
àqueles (professores, mas também alunos, técnicos ou assistentes técnicos e
operacionais) que, todos os dias, perante dificuldades, adversidades e desafios,
sempre tiveram e têm pensamento, atitude e prática leal, positiva, construtiva
e resiliente. Não tenho dúvidas de que, globalmente, temos profissionais
competentes, mas são especificamente estes, que a Escola precisa que sejam cada
vez mais, que nos garantem a blindagem a atos criminosos de alguns (poucos,
muito poucos), de que fomos vítimas, que nos garantem a continuidade e a
melhoria do prestígio e da qualidade, que são marcas da Escola Secundária Jorge
Peixinho.
Estou certo que
todos, com os novos órgãos de gestão, que devem merecer o maior apoio e
solidariedade e a quem desejo as maiores felicidades e sucessos, saberão
encontrar o caminho que melhor corresponda às necessidades dos alunos e da
comunidade montijense.
Foi, para mim, um
grande prazer, uma grande honra, ocupar o cargo que agora termino, ao serviço
da nossa Escola.
Obrigado.
Conselho Geral da
Escola Secundária Jorge Peixinho, 2013.06.11"
Felicidades e bom trabalho para todos.